quarta-feira, 5 de agosto de 2009

No Evangelho deste domingo, Jesus mostra-Se profundamente incomodado
quando constata que a multidão o procura pelas razões erradas e, sem
preâmbulos, apressa-Se em desfazer os equívocos. Ele não quer, de forma
nenhuma, que as pessoas O sigam por engano, ou iludidas. Há, aqui, um convite
implícito a repensarmos as razões porque nos envolvemos com Cristo… É um
equívoco procurar o Baptismo porque é uma tradição da nossa cultura; é um
equívoco celebrar o matrimónio na Igreja porque, assim, a cerimónia é mais
espectacular e proporciona fotografias mais bonitas; é um equívoco assumir
tarefas na comunidade cristã para nos auto-promovermos ou para resolvermos os
nossos problemas materiais; é um equívoco receber o sacramento da Ordem
porque o sacerdócio nos proporciona uma vida cómoda e tranquila; é um equívoco
praticarmos certos actos de piedade para que Jesus nos recompense, nos livre de
desgraças, nos pague resolvendo algumas das nossas necessidades materiais…
A nossa adesão a Jesus deve partir de uma profunda convicção de que só Ele é o
“pão” que nos dá vida.
¨ A recusa de Jesus em realizar gestos espectaculares (como fazer o maná cair do
céu), mostra que, normalmente, Deus não vem ao encontro do homem para lhe
oferecer a sua vida em gestos portentosos, que deixam toda a gente espantada e
que testemunham, de forma inequívoca, a sua presença no mundo; mas Deus
actua na vida do homem de forma discreta, embora duradoura e permanente.
Deus vem, todos os dias, ao encontro do homem e, sem forçar nem se impor,
convida-o a escutar a Palavra de Jesus, propõe-lhe a adesão a Jesus e ao seu
projecto, ensina-lhe os caminhos do amor, da partilha, do serviço. Convém que
nos familiarizemos com os métodos de Deus, para o conseguirmos perceber e
encontrar, no caminho da nossa vida.



Meditando para o XVIII Domingo do tempo comum in www.dehonianos.pt

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