quarta-feira, 24 de junho de 2020

S. João Batista e as tradições das festas populares







João Batista, o Percursor de Cristo, foi filho tardio do sacerdote Zacarias e de Isabel, prima da Virgem, tendo ambas engravidado milagrosamente e quase ao mesmo tempo.

Fez-se pastor no deserto Hebrom, na Judeia, e juntou-se aos grupos de ascetas que aí viviam. Segundo S. Lucas, “no ano quinze do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos presidente da Judeia, e Herodes tetrarca da Galileia, veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias” (Lc 3, 1-3). Estas indicações permitem apontar o ano 28 da nossa era como data aproximada para o início da sua atividade de pregador, anunciando a próxima vinda do Messias. Na qualidade de Batista, introduziu o ritual do batismo, o qual se fixou posteriormente como cerimónia de iniciação no âmbito do Cristianismo, e batizou o próprio Cristo no rio Jordão.
Foi preso por ter denunciado, nas suas pregações, o adultério de Herodes Antipas com a cunhada Herodíade. Salomé, sobrinha do rei e filha de Herodíade, zangada por ele resistir à sua sedução, exigiu que o rei o mandasse matar, ao que este acedeu e lhe entregou a cabeça de João numa bandeja.

Desde o século V, a Igreja católica celebra a sua festa principal em comemoração do nascimento a 24 de junho, coincidindo com a data que na altura marcava o solstício de Verão, seis meses antes do Natal, dado que, segundo o relato neo-testamentário, seria este o tempo de gestação de Isabel na altura da Anunciação do anjo a Maria.
Os festejos populares associados à festa de S. João derivam, por conseguinte, das antigas celebrações pagãs do solstício de Verão associadas ao culto solar

O Porto, cujas celebrações por este dia já eram referidas por Fernão Lopes, fazendo remontar estas festas à época medieval, é um dos locais onde a tradição, ainda hoje, ganha maior relevo, com a criação das cascatas, cujo elemento principal é a água e a representação de João Batista no Jordão, o alho-porro, culminando, com o fogo de artificio que ilumina toda a cidade e o rio até à outra margem.

Este ano, constatamos, e foi notícia de jornal, devido á situação atual de pandemia, os portuenses acataram a pedido de confinamento e ficaram em casa e o S. João que sempre foi uma festa de rua, foi celebrado em casa, em família.
Não faltou animação, fogo de artificio nos quintais das casas e balões de S. João elevando o nosso desejo de que para o ano a pandemia esteja ultrapassada e a festa volte á rua.

De uma maneira ou outra cultivemos a alegria, é preciso dar a conhecer um coração em festa. É a alegria que melhor revela os dons de Deus. Que todos se sintam felizes como dizem as Bem-Aventuranças do Evangelho.


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