sexta-feira, 29 de julho de 2011
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Experimentamos, durante a vida ou durante o dia, oportunidades subtis para o encontro e para a relação. Procuramos e engendramos estratégias para sermos reconhecidos; e outras vezes sem que façamos alguma coisa, somos apreciados e fixados, inesperadamente, por alguém. Tocamos na vida do outro.
Estas pessoas que fotografam o que somos e que nos fazem ver a nossa verdade, do quanto significamos, entram e saem na nossa história, com um rasto, muitas vezes, imperceptível.
No entanto, elas vão deixando sinais que confirmam a presença e a amizade. Embora o sentimento de oportunidade perdida seja vivido de forma intensa que nos põe no caminho da procura.
Talvez a ausência, a separação, o desencontro ou a distância da relação nos devolvam um olhar novo, eficaz e de reconhecimento pela bondade das pessoas que existem na nossa história, especialmente aquelas que se fazem presentes com gestos de delicadeza e de pormenor.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
A melhor Jóia
Ao tomar a praça de Winsberg, Conrado III, duque de Franconia, permitiu às mulheres que saíssem, levando o que tivessem de mais precioso. Elas então pegaram nos maridos às costas, e o triunfador, comovido por este acto de amor conjugal, perdoou aos vencidos. Onde estiver o teu coração aí se encontrará o vosso tesouro, disse Jesus. É bom dizer que Deus é o nosso melhor tesouro, mas é melhor saber que nós somos o único tesouro de Deus. Ele bem sabe o que escolheu.
Conta-se que Pandita Nerhu, ao tratar com representantes da Igreja, a fim de conhecer os seus pontos de vista em assuntos de controvérsia, disse uma vez com perspicácia e respeito:
- Há uma coisa que de facto notei nestes cristãos, sabem o que querem.
Um cristão é uma pessoa que sabe o que quer. O homem vai-se construindo por meio de decisões. Elas formam a sua personalidade, definem o seu carácter e integram a sua vida. As ideias, estudos, leituras, inclinações, também influenciam e exprimem aquilo que cada um é, mas a base da pessoa são as suas decisões, as suas determinações, aquilo que faz diariamente ao escolher o seu caminho. Escolher é viver, e decidir-se é definir-se. Eu sou o que forem as minhas decisões.
A Parábola do Tesouro Escondido lembra-nos que afinal Deus é o nosso tesouro porque nós somos a sua melhor jóia. Para decidir-se é preciso saber o que se quer.
17º domingo do tempo comum- Dheonianos
sexta-feira, 22 de julho de 2011
quarta-feira, 20 de julho de 2011
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Ver mais longe
Já todos conhecem a história daquele judeu que depois de tanto combater o cristianismo, foi viver, durante algum tempo, no anonimato, numa comunidade cristã. Queria ver a vida real dos cristãos. Lá foi acompanhando as celebrações, ouvindo as pregações, seguindo o quotidiano daquela gente. Quanto mais reparava na falta de coerência, mais ficava pensativo. Anotou tantos aspectos negativos pois o trigo perdia-se no meio de tanto joio. Por fim tomou posição:
- Vivi com os cristãos e vi tanta miséria, muito fingimento. Mas se o cristianismo continua vivo, apesar de tudo isto, quer dizer que é uma obra de Deus. Agora acredito no seu valor.
Tal como num estabelecimento, há que distinguir o que está na montra e o que há no interior. A montra pode ter uma fraca apresentação: poeirenta, antiquada, desprezível ou descuidada. Só as pessoas muito decididas é que não se deixam desencorajar pelo que vêem na montra e ousam entrar para pedir, no interior, o que não viram exposto. E encontram sempre, numa gaveta, no fundo de um armário, num sótão cheio de pó.
A nossa vida cristã nem sempre é o que se pretende, ou o que se mostra, ou o que até aqui se tem vivido. Há muito joio. Se alguém vê apenas a montra, isto é, ver-nos sair de uma missa dominical, ver-nos rezar, ver-nos viver em comum, fica logo desanimado. É preciso ter a coragem de pedir no interior o que não viu na montra.
In Dehonianos
sexta-feira, 15 de julho de 2011
quinta-feira, 14 de julho de 2011
terça-feira, 12 de julho de 2011
Vinde, descansai um pouco
Nem de propósito! O Verão é o tempo habitualmente escolhido para o descanso, para as férias. Às vezes parece ser questão de importância menor, mas o descanso é essencial na nossa vida. Até Jesus, na azáfama do anúncio do Reino, sentiu necessidade de descansar e de chamar os discípulos ao descanso… Não é uma questão de preguiça, é uma exigência da natureza.
Vinde… e descansai um pouco
(Mc 6, 31)
Jesus tinha enviado os Doze Apóstolos, dois a dois, confiando-lhes a missão de anunciar o Reino, de pregar o arrependimento, de apregoar a libertação, como nos recorda o início do mesmo capítulo de Marcos (cf. Mc 6, 6-13).
Os discípulos regressaram entusiasmados, partilhando com Jesus tudo o que tinham feito e anunciado. E é o próprio Jesus que lhes lembra a necessidade de parar um pouco, para retemperar forças. Porque sugere Jesus esse tempo de descanso? Para rezar? Para combinar novas estratégias pastorais? Para avaliar as acções feitas? Talvez para fazer de tudo um pouco. Fica sobretudo a ideia da necessidade de parar para regressar à actividade ainda com mais vontade e energia…
Eram como ovelhas sem pastor…
(Mc 6, 34)
Pelo que nos conta São Marcos, o “tiro saiu-lhes pela culatra”! De facto, o planeado descanso deu lugar a mais um “banho de multidão”. As pessoas aperceberam-se das intenções de Jesus e dos discípulos e anteciparam-se-lhes. O almejado tempo de repouso deu lugar a mais um tempo de trabalho, de anúncio da Boa Nova do Reino. É que, às vezes, a urgência da evangelização supera a necessidade do repouso.
O descanso é importante. Mas a premência do anúncio do Reino leva, muitas vezes, a trocá-lo pelo apostolado. À partida, é importante tentar conciliar trabalho com descanso, oração e reflexão. Mas o apóstolo é e será sempre alguém que se gasta por inteiro ao serviço do Reino. Possamos também nós viver esta paixão pelo Reino. Se possível, encontremos tempo de descanso, que nos ajude a retemperar forças para depois melhor servir na missão que o Senhor a cada um confia.
Boas férias! Bom descanso!
in A FOLHA DOS VALENTES
Texto: José Agostinho
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Quem tem ouvidos, oiça...
Ouve-se muitas vezes dizer que a Igreja perdeu o mundo do trabalho, o dos jovens e o da cultura; até mesmo nos extractos da população mais envelhecida e nos menos letrados e de cultura rural “a tradição já não é o que era” e a vida vai-se construindo cada vez mais à margem de Deus, dispensando-O como algo significativo no projecto pessoal de cada um. O diagnóstico é escuro e vago e o prognóstico reservado e superficial; no entanto é muito esta realidade que nos cerca e é este o mundo em que habitamos.
E é aqui e agora que a Palavra de Deus neste 15º Domingo nos interpela e desafia, especialmente com a parábola do semeador. Terá Deus desistido de nós? terá deixado de ter força de convocação e de mudança e de conversão a Sua Palavra? terá o Espírito Santo cansado de tantas resistências, dúvidas, medos, auto-suficiências... da nossa parte? Nada disto.
É verdade que ontem como hoje os problemas de cada tempo convidam ao relaxamento, é verdade que há forças contrárias que pretendem anular o poder de vida da semente - “pássaros, terreno pedregoso, espinhos” -, mas Jesus, qual lavrador experimentado, sabe que ao semear perde alguma semente, mas isso não O impede de continuar porque espera uma boa colheita. As dificuldades da vida devem ser para os cristãos oportunidades e desafios e nunca força de bloqueio ou convite a desânimos e desistências.
As resistências existem, os conflitos manifestam-se e as tensões experimentam-se, mas a semente do Reino está destinada a produzir frutos, apesar do risco do insucesso e do fracasso. O que Jesus nos manda é semear, outros hão-de colher e todos são compensados pelo esforço na sementeira.
Mais que um olhar escuro e crítico sobre o mundo tão cheio de contrastes ou juízo de valor leviano, sempre à espreita na nossa mente, o semeador que é Jesus Cristo convida-nos à persistência e coragem para recomeçar todos os dias, à audácia, criatividade e trabalho a ousar novas culturas e inventar novos campos, no horizonte de esperança que nos é garantido pelo sucesso da colheita. Apenas porque Deus nos ama, não desistiu, nem desistirá de nós nem do mundo.
Pe. Fausto
in diálogo 1300 (Domingo XV do Tempo Comum - Ano A)
quarta-feira, 6 de julho de 2011
É suficiente
Naquela região havia uma tremenda seca como nunca se tinha visto. A erva tinha secado. As árvores mais frágeis já estavam todas mortas. Nem sequer uma gota de água chovia do céu. Os animais estavam a morrer aos milhares. Poucos tinham força para fugir desta aridez desértica. A secura era cada dia maior. Até as fortes e velhas árvores, que afundavam as suas raízes na profundidade da terra, perdiam as suas folhas. Todas as fontes e nascentes tinham secado. Rios e ribeiros não tinham uma gota de água. Apenas uma pequena flor permaneceu com vida, porque uma pequeníssima nascente lhe dava ainda um par de gotas de água.
Mas a nascente estava a ficar desesperada:
- Tudo é aridez e morte. E eu nada posso fazer. Que sentido têm as minhas gotas de água?
Ali próximo estava uma velha e robusta árvore. Ouviu a lamentação e, antes de morrer, disse à nascente:
- Ninguém espera de ti que faças com que o deserto reverdeça. A tua missão é a de manteres com vida essa pequena flor. Nada mais.
Comentário:
A nascente lamentava-se daquilo que não podia fazer. É o que fazem algumas pessoas que gostariam de fazer grandes coisas. Mas essas lamentações são tempo perdido.
De facto, cada qual, ante os problemas do mundo, é convidado a fazer o que lhe é possível e nada mais. Nem que a sua obra seja apenas «uma gota de água no oceano».
Dás importância aos pequenos gestos de amor, de ternura, de carinho?
“Ferreira, Pedrosa – EDUCAR CONTANDO: Edições Salesianas, ISBN 972-690-318-1”
segunda-feira, 4 de julho de 2011
A verdadeira alegria
São muitas as vezes que a Palavra de Deus ao longo do ano litúrgico nos convida à Alegria; hoje na oração colecta pedimos mesmo “uma Santa Alegria”. Porquê? a vida corre-nos bem? há novas caras no comando da nau portuguesa? regista-se melhoria da qualidade da vida colectiva? mudou o discurso político ou resolveu-se a crise? nada disto. A Alegria a que somos convidados resulta do contacto com Jesus, que se apresenta simples, humilde e portador de paz na Sua relação com todas as pessoas.
É a experiência de Deus “clemente e compassivo, lento para a ira, rico de misericórdia, carinhoso para com todas as criaturas...” que nos faz soltar a língua para louvar e bendizer e fazer da vida um tempo em que a Alegria e a Esperança, apesar da dura realidade, se colam ao nosso rosto e têm lugar cativo no coração.
A alegria dos cristãos não resulta, então, da acumulação de coisas, nem da satisfação de formas consumistas, antes brota do interior no nosso íntimo mais íntimo, onde é possível experimentar e celebrar a comunhão de Deus connosco e de nós uns com os outros. É esta a fonte da alegria e o segredo do equilíbrio emocional, psicológico e espiritual tão necessário à qualidade de vida nos tempos que correm.
O desafio que Jesus, “manso e humilde de coração”, nos faz, não será nunca convite ao conformismo e à passividade, à demissão de compromissos e fuga à responsabilidade, mas ao cultivo da bondade, simplicidade, humildade e justiça que geram alegria e dão conforto e que fazem de Jesus um líder ímpar, um pedagogo exímio e um portador de paz a toda a prova. Imitá-Lo é de um verdadeiro discípulo; e cada Baptizado pode e deve fazê-lo.
Pe. Fausto
in diálogo 1299 (Domingo XIV do Tempo Comum - Ano A)
sexta-feira, 1 de julho de 2011
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