Naquela região havia uma tremenda seca como nunca se tinha visto. A erva tinha secado. As árvores mais frágeis já estavam todas mortas. Nem sequer uma gota de água chovia do céu. Os animais estavam a morrer aos milhares. Poucos tinham força para fugir desta aridez desértica. A secura era cada dia maior. Até as fortes e velhas árvores, que afundavam as suas raízes na profundidade da terra, perdiam as suas folhas. Todas as fontes e nascentes tinham secado. Rios e ribeiros não tinham uma gota de água. Apenas uma pequena flor permaneceu com vida, porque uma pequeníssima nascente lhe dava ainda um par de gotas de água.
Mas a nascente estava a ficar desesperada:
- Tudo é aridez e morte. E eu nada posso fazer. Que sentido têm as minhas gotas de água?
Ali próximo estava uma velha e robusta árvore. Ouviu a lamentação e, antes de morrer, disse à nascente:
- Ninguém espera de ti que faças com que o deserto reverdeça. A tua missão é a de manteres com vida essa pequena flor. Nada mais.
Comentário:
A nascente lamentava-se daquilo que não podia fazer. É o que fazem algumas pessoas que gostariam de fazer grandes coisas. Mas essas lamentações são tempo perdido.
De facto, cada qual, ante os problemas do mundo, é convidado a fazer o que lhe é possível e nada mais. Nem que a sua obra seja apenas «uma gota de água no oceano».
Dás importância aos pequenos gestos de amor, de ternura, de carinho?
“Ferreira, Pedrosa – EDUCAR CONTANDO: Edições Salesianas, ISBN 972-690-318-1”
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