Os contrastes acentuados da parábola procuram contrariar a indiferença perante o que está mal. Não se condena a riqueza do rico, nem os meios pelos quais a alcançou, mas a sua recusa em olhar e fazer algo pelo Lázaro coberto de chagas e lambido pelos cães. Não se explica como este chegou àquele estado, mas descreve-se a sua indigência e abandono. O fundamental é o presente e só com a indiferença vencida podemos trabalhar a mudança das situações. Fechar os olhos, assobiar e passar de lado acentuam simplesmente o abismo que distancia uns e outros. Dizia há dias o Papa Francisco: “Somente o acolhimento não basta. Não basta dar uma sanduíche, se não for acompanhado da possibilidade de aprender a caminhar com as próprias pernas. A caridade que deixa os pobres assim como são, não é suficiente. A misericórdia verdadeira, aquela doada e ensinada por Deus, pede a justiça, pede que o pobre encontre o caminho para deixar de ser como .”
Meditando para o 26º Domingo do tempo comum do ano C - in Voz da Verdade 29.09.2013