sexta-feira, 6 de setembro de 2013







Entre as cinzas, a vida ressurgida



Depois de tantos fogos,
 Depois de tantas vítimas mortais e tantos feridos,
 Depois de tanto sobressalto,
 Peço-Te, Senhor, 
que nos não deixes afundar neste desespero.
Segreda-nos a esperança da serenidade que Setembro cada ano nos oferece para podermos afirmar que as folhas que restam dos incêndios hão-de voltar a ser ocres, orvalhadas numa manhã qualquer e que, nos pinhais sobreviventes, veremos de novo aquela luz dourada que se parece talvez com a eternidade.

Neste dia, Senhor Jesus, que as minhas mãos se tornem prece e Te roguem que a Tua misericórdia pacifique a nossa dor. Pacifique todas as dores.
 E, por graça, dá-nos a purificação que os desertos oferecem e permite que, entre as cinzas, a vida surja, ressurgida.

Aí enfim a brisa.
O aguaceiro.


Maria Teresa Frazão



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