Entre as cinzas, a vida ressurgida
Depois de tantos fogos,
Depois de tantas vítimas mortais e tantos feridos,
Depois de tanto sobressalto,
Peço-Te, Senhor,
que nos não deixes afundar neste desespero.
Segreda-nos a esperança da serenidade que Setembro cada ano
nos oferece para podermos afirmar que as folhas que restam dos incêndios hão-de
voltar a ser ocres, orvalhadas numa manhã qualquer e que, nos pinhais
sobreviventes, veremos de novo aquela luz dourada que se parece talvez com a
eternidade.
Neste dia, Senhor Jesus, que as minhas mãos se tornem prece
e Te roguem que a Tua misericórdia pacifique a nossa dor. Pacifique todas as
dores.
E, por graça, dá-nos a purificação que os desertos oferecem
e permite que, entre as cinzas, a vida surja, ressurgida.
Aí enfim a brisa.
O aguaceiro.
Maria Teresa Frazão
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