segunda-feira, 25 de julho de 2016








Neste domingo a liturgia apresenta-nos o tema da oração. Os discípulos ao verem Jesus a orar, pedem-lhe que lhes ensine orar.
A oração que Eles lhes propõe, constitui a síntese de toda a mensagem Cristã, que nos apresenta os conteúdos da nossa Fé, afinal o rosto misericordioso de Deus. Sabemos que na oração que o Senhor nos ensinou, o nome de Deus é glorificado quando a sua salvação chega ao homem e este exulta de alegria e reconhecimento.
Quando um coração é liberto do ódio e do rancor apreendendo a perdoar, pois se a nossa súplica não muda a atitude de Deus, transforma porém o nosso coração, tornando-o disponível para acolher o Seu reino, colaborando com o seu projeto de salvação da humanidade.

Senhor, ensina-nos a rezar, porque muitas vezes não sabemos rezar. Rezar, significa deixar a escuridão do nosso vazio e abrirmo-nos ao Tu amoroso, que és Tu. Ensina-nos, Senhor, a bater à tua porta, a não temermos o teu amor.


Meditando para o 17º Domingo do tempo comum do ano C - D. Francisco Senra Coelho




segunda-feira, 18 de julho de 2016





Neste Domingo, o Evangelho apresenta-nos Jesus num ambiente doméstico, dizendo-nos que a Fé é sempre um encontro intimo e familiar. Na casa de Betânia Jesus encontra a familiaridade, a amizade, a tranquilidade e a intimidade na amizade acolhedora de Maria e Marta. De facto, hospedar alguém, é proporcionar-lhe um espaço e tempo, acima de tudo é fazer de si mesmo um espaço para o outro através da escuta. Maria, é o modelo de uma hospitalidade que se não limita a acolher
no interior de sua casa, mas que faz de sua atenção um espaço de acolhimento para o outro. Marta e Maria não se opõem como emblema de dois tipos de vida contemplativa e ativa, pois Marta não se pode ser sem Maria, porque é estéril e meramente protagonista de uma caridade que não inicie e não termina na contemplação do amor gratuito de Deus. Também Maria não pode passar sem Marta, pois não há oração autêntica sem gestos concretos de caridade, tanto é feliz quem escuta a palavra de Deus, como quem a põe em prática.

Senhor, é mais fácil fazer coisas em Teu nome do que ser autenticamente Teu discípulo. Ajuda-nos a passar de um Deus vivido como dever, para um Deus vivido como amigo e maravilha do amor.


Meditando para o 16º Domingo do tempo comum do ano C - D. Francisco Senra Coelho


quarta-feira, 13 de julho de 2016



Férias....




Os dias de férias são, por muitos e para todos, esperados com ansiedade, por serem tempo de descanso, de retemperar energias e de fazer coisas diferentes. Mas, para algumas famílias, férias são sinónimo de maiores conflitos, uma vez que se vêem "obrigados" a um maior convívio, a estarem mais tempo uns com os outros. No entanto, seria interessante e importante pararmos um momento para redescobrirmos que este tempo de férias é sobretudo um tempo de graça que nos é oferecido para fazer crescer os laços relacionais e afectivos entre os familiares.
Então, por que não aproveitar este momento para partilhar a vida?
Se, durante o ano, afirmamos não ter tempo para estar uns com os outros, por que não aproveitar as férias e recuperarmos a comunhão e o convívio uns com os outros, pais e filhos, avós, tios… amigos!?
Se desejamos a união e a paz na família é preciso conhecer as necessidades de seus membros. Para isso, precisamos estar juntos, presentes.
Por isso, deixamos outra interrogação: como vais usufruir o tempo de férias, com os teus filhos e restantes familiares?
Para muitas famílias, encontrar espaços de relação é difícil devido a vários fatores… e cada um sabe os seus…

Contudo, somos crentes. Acreditamos na graça de Deus. Acreditamos que Deus providencia todas as coisas em nosso favor e para nossa alegria. Por isso, se não nos esquecermos de Deus tudo será bem mais fácil.



Publicado em "Pensar a família"



segunda-feira, 11 de julho de 2016








O Evangelho apresenta-nos a Parábola do Bom Samaritano da qual podemos concluir:

”só quem vai e faz o mesmo é que encontrará a vida”. Vários verbos desenham um mundo melhor: “Viu-o, compadeceu-se, ligou-lhe as feridas, deitou azeite e vinho sobre elas, colocou-o na montada, levou-o cuidou, pagou”. Na estrada de Jericó está toda a humanidade, e porque a vida não é um salve-se quem puder, na mesma estrada e compartilhando a mesma história, viajando no mesmo barco, ou nos salvamos todos, ou nos perdemos todos juntos.
A compaixão significa sofrer juntos, procurando aproximarmo-nos, colocando outro no centro das nossas preocupações. Não estás só, porque a tua dor é também em parte a minha dor.

Senhor, nem sempre é fácil deixar-se atrair pelos pobres e incomodar-se com o sofrimento alheio. Tantas vezes deixamo-nos conduzir pela tentação de fuga, de passarmos adiante, sem pararmos junto de quem sofre. Sim, a compaixão é um dom que se recebe quando se está próximo de Deus. Porque Tu és o samaritano que te gastaste por nós até á Cruz, ensina-nos a parar diante de quem sofre e a ser as tuas mãos.





Meditando para o 15º Domingo do tempo comum do ano C - D. Francisco Senra Coelho



quarta-feira, 6 de julho de 2016




A fé cresce onde é alimentada, não onde passa fome…


Com o final do Ano pastoral a suceder-se um pouco em todas as paróquias do país, é tempo das merecidas férias e descanso para as crianças. Em muitas paróquias, não é incomum ouvir da boca dos sacerdotes o aviso prudente. «Meninos, só porque estão de férias da catequese, não se esqueçam de vir à missa, ou de rezar a Jesus, pois a fé não mete férias», ouve-se um pouco por todo o lado.

A preocupação é real: durante as férias, as igrejas esvaziam-se de pessoas, principalmente das crianças da catequese e dos seus pais. Desaparecem sem rasto para voltarem, religiosamente, para o início do ano pastoral em setembro. Cumprem a rotina da catequese, mas esquecem a rotina do espírito. O alimento espiritual que a eucaristia proporciona e que nós, enquanto católicos, afirmamos querer receber, não "mete férias". Tal como o corpo, que precisa de alimento constante, também o espírito necessita de tal alimento. Na paróquia ou no local de veraneio, as igrejas continuam abertas e a eucaristia continua a celebrar-se, mas sem crianças. E porquê? Porque os pais não vão com os filhos à eucaristia. Muitas vezes, porque os próprios catequistas também deixaram de ir, e os pais, que nunca ficavam com os seus filhos na eucaristia, não têm onde os deixar.
De que serve a um pai querer que o seu filho seja educado numa fé na qual ele afirma que acredita, mas que não professa? Pode uma mãe exigir ao seu filho que vá à missa, que comungue, que se confesse, quando ela fica fora da igreja na conversa, ou não frequenta a eucaristia dominical? Com que propósito?
A sociedade encontra-se num ponto de viragem. Somos ensinados hoje a agir sem levantar ondas, sem darmos testemunho, sem nos fazermos notar. E o mesmo se passa com a religião. Os pais têm a fé suficiente para porem os seus filhos na catequese, na esperança de que os catequistas os eduquem, mas esquecem-se que a primeira catequese é em casa, e que é lá que se deve dar a verdadeira educação na fé, principalmente através do exemplo.
É tempo dos pais decidirem o que querem que o futuro dos seus filhos seja. Se querem que Deus tenha uma oportunidade de entrar na vida dos seus filhos, como parecem dizer ao coloca-los na catequese, então precisam de tornar Deus presente nas suas próprias vidas também.

Este verão, não faça férias de Deus. Leve os seus filhos à igreja, reze com eles em casa. A fé cresce onde é alimentada, não onde passa fome…


In Família cristã









segunda-feira, 4 de julho de 2016







Hoje, domingo, Dia do Senhor, o Evangelho narra o envio dos discípulos como anunciadores do amor de Deus que cura, alicerça e edifica a paz. Jesus não envia discípulos carregados de dinheiro e de coisas, mas envia gente de alforges vazios, ricos apenas da Palavra de Deus e de esperança que dessa palavra nos vem. O Senhor envia os discípulos à sua frente para que o amor de Deus tenha rosto humano. Os discípulos não vão sós, mas partem dois a dois, na união de uma só alma e um só coração. O mestre, não ordena o que devem dizer, apenas lhes indica o estilo de vida que devem adotar. O primeiro anúncio dos discípulos é a própria vida vivida em fraterna comunidade. O discípulo é aquele que vê a dádiva da sua vida refletida no sorriso do seu irmão.

Senhor, sabemos que nos convidas a cada um de nós para sermos profetas e mensageiros do Teu amor. Ensina-nos a sermos pequenos, para que o nosso anúncio seja infinitamente grande: o Teu amor.


Meditando para o 14º Domingo do tempo comum do ano c - D. Francisco Senra Coelho