O Evangelho deste domingo garante-nos, antes de mais, que o
“Reino” é uma realidade irreversível, que está em processo de crescimento no
mundo. … É difícil acreditar que o “Reino” está em processo de construção,
quando o materialismo, a futilidade, o comodismo, a procura da facilidade, o
efémero sobressaem, de forma tão marcada, na vida de grande parte dos homens e
das mulheres do nosso tempo… A Palavra de Deus convida-nos, contudo, a não
perder a confiança e a esperança. Apesar das aparências, o dinamismo do “Reino”
está presente, minando positivamente a história e a vida dos homens.
Neste Evangelho temos também uma lição muito sugestiva sobre
a atitude de Deus face ao mal e aos que fazem o mal. Na parábola do trigo e do
joio, Jesus garante-nos que os esquemas de Deus não prevêem a destruição do
pecador, a segregação dos maus, a exclusão dos culpados. O Deus de Jesus Cristo
é um Deus de amor e de misericórdia, sem pressa para castigar, que dá ao homem “todo
o tempo do mundo” para crescer, para descobrir o dom de Deus e para fazer as
suas escolhas
…A “paciência de Deus” com o joio convida-nos também a
rejeitarmos as atitudes de rigidez, de intolerância, de incompreensão, de
vingança, nas nossas relações com os nossos irmãos…
Às vezes, somos demasiados ligeiros em julgar e condenar, como
se as coisas fossem claras e tudo fosse, sem discussão, claro ou escuro… A
Palavra de Deus convida-nos a moderar a nossa dureza, a nossa intolerância, a
nossa intransigência e a contemplar os irmãos (com as suas falhas, defeitos,
diferenças, comportamentos religiosa ou socialmente incorrectos) com os olhos
benevolentes, compreensivos e pacientes de Deus.
Meditando para o 16º Domingo do tempo comum do ano A - Dehonianos
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