domingo, 8 de novembro de 2009



“… Ela na sua pobreza, ofereceu tudo o que tinha…”

Jesus critica os doutores da lei do seu tempo por encarar a religião como uma forma de poder e não como serviço. Ainda hoje, continua a ser escandaloso que os homens e mulheres de fé, em vez de testemunhar o amor de Deus que liberta, façam da religião um meio para a ascensão social. Há cristãos que se debruçam mais sobre o seu umbigo do que no serviço ao próximo, na força da inclusão de todos, no anúncio incansável do Reino de Deus entre nós.

De uma forma socialmente organizada os ricos exibiam o seu estatuto com grandes ofertas, para serem vistos e reconhecidos pelo povo. Um autêntico desfile de palco, que só alimentava o orgulho, a vã glória, o reconhecimento público, e que contrasta com o ensino de Jesus em fazer o bem no segredo, na gratuidade do amor..

Jesus propõe-nos o exemplo da viúva porque é o oposto do exemplo anterior. Ela não ocupa, nem pretende, lugares vistosos e importantes, nem recebe saudações nas praças, nem é estimada seja por quem for. Vive sozinha, faz do silêncio o chão que pisa e a sua pobreza não a torna uma pessoa atraente… Jesus descobriu na quantia que a viúva deposita, um valor humanamente insignificante, um verdadeiro tesouro. Nela Jesus viu a alma do crente, que apesar da sua indigência é capaz de dar a Cristo e aos outros tudo o que tem para poder viver. Se os homens olham às aparências, Deus chega aos corações. Perante Deus, as coisas não valem pelo seu valor material, mas pelo amor com que as fazemos, e esta mulher pôs na sua dádiva todo o seu amor.


Meditando para o XXXII domingo do tempo comum


1 comentário:

  1. Eu sou um cobarde...
    Todos os dias somos confrontados com o largar tudo e seguir com Jesus no coração... mas a cobardia do género humano impede-nos do desprendimento material.
    Será que adorámos o materialismo em lugar do Amor ao próximo?
    Egoísmo em vez olhar para os mais necessitados?
    Precisamos de dar o passo em frente, pois não vale apena falar de Deus a quem tem fome, pois para ele Deus é o pão que lhe sacia o corpo.
    Quando abdicamos de um pouco do nosso eu, existe um bem-estar incompleto, pois não temos coragem para avançar mais.
    Temos medo do desconhecido, mas para conhecermos a Deus temos de dar o passo em frente, acreditar, ter fé. Afinal de contas o nosso Deus é um Deus de fé, e de esperança no homem.
    Senhor ajuda-me a ultrapassar a minha cobardia, e a dar mais um passo na tua direcção.

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