quarta-feira, 10 de março de 2010

BULLYING

Muitos jovens sofrem em silêncio com medo de colegas que os agridem na escola.
De há alguns anos para cá, tem sido noticiado na imprensa casos de adolescentes que agridem colegas de escola. A esse fenómeno convencionou-se chamar Bullying.



Seremos naturalmente maus?

À partida todos acreditamos que as crianças são naturalmente boas e inocentes, ainda que alguns autores afirmem o contrário, ou seja, que a nossa natureza é agressiva, mas moldada pela educação. Assim, tudo dependeria em grande parte da educação que recebemos dos nossos pais e das influências do meio.

É certo e sabido que os mais pequenos precisam de regras, caso contrário as traquinices sucedem-se a um ritmo avassalador. No entanto, existe uma clara diferença entre a traquinice própria da infância e outros actos que poderemos considerar de maldade pura e simples, como é o caso do Bullying.





Não existe tradução portuguesa para o termo, mas, grosso modo, trata-se do acto de agredir um colega de escola, intencionalmente e de modo repetido. Estas agressões causam angústia ou humilhação à vítima, ocorrem sem motivações evidentes e são adoptadas por um ou mais estudantes contra outro (s).

A vítima

Há sempre três tipos de pessoas envolvidas nessa situação de violência: o espectador, a vítima e o agressor. O espectador assume uma atitude passiva e esta passividade deve-se ao facto de temer represálias ou, ao contrário, por sentir também algum prazer com o sofrimento da vítima.
Por sua vez, a vítima costuma ser a pessoa mais frágil, com algum traço ligeiramente destoante do grupo de pares, traço este que pode ser físico (uso de óculos, alguma deficiência, roupas fora de moda...) ou emocional, como é o caso da timidez.
Geralmente não dispõe de habilidades físicas e emocionais para reagir, é insegura a timidez impede-a de procurar ajuda. Normalmente é uma pessoa com dificuldades na criação de novas amizades e não se encontra inserida num grupo.
Frequentemente são-lhe furtados ou partidos os objectos pessoais. No ambiente familiar, a vítima apresenta sinais de evitamento do meio escolar, mas habitualmente sofre em silêncio e não procura ajuda dos familiares, professores ou funcionários da escola. Por tudo isto, é vulgar que mude de escola ou pior, que opte por abandonar os estudos...

O agressor

Os agressores são habitualmente vistos como antipáticos, arrogantes e desagradáveis. Segundo alguns estudos, é vulgar que sejam oriundos de famílias pouco estruturadas, com pobre relacionamento afectivo entre os seus membros.
Para além disso, os pais não impõem regras e o modelo de comportamento que têm em casa, sugere que a solução para os problemas passa pelo comportamento agressivo ou explosivo.
Há estudos que apontam para que as crianças ou jovens que praticam o Bullying se transformem em adultos com comportamentos anti-sociais, psicopáticos e/ou violentos, o que vai fazer com que enveredem por uma vida de delinquência.


Texto da autoria de Drª Teresa Paula Marques Psicóloga Clínica, especialista em Psicologia Infantil e do Adolescente

1 comentário:

  1. O bullying é um comportamento que se caracteriza pela ameaça ou agressão (psicológica ou verbal) de forma intencional e repetida e que ocorre sem motivação evidente.

    Este comportamento é praticado por um jovem que regra geral é visto entre os amigos por "valentão", ou por um grupo de sujeitos, com o objectivo de intimidar ou agredir outro sujeito. É perpetado por crianças ou jovens que têm, por qualquer motivo, mais força e poder que a vítima.

    A escola é um dos lugares onde o bullying é praticado com frequência, uma vez que neste espaço convivem diariamente crianças e/ou adolescentes. Pode ocorrer dentro ou fora da escola, em zonas onde a supervisão adulta é mínima ou inexistente...

    O bullying é um problema grave que acontece todos os dias, um pouco por todo o mundo, e que pode levar a vítima à depressão, à perda de auto-estima e, em último caso, ao suicídio, como se tem ouvido falar na televisão, nos telejornais que nos chegam diariamente...

    Para a eliminação da violência nas escolas, deveriam ser criadas as medidas necessárias por parte das entidades que são responsáveis. Quando são bem aplicadas e é envolvida toda a comunidade escolar, contribuem para o convívio saudável e equilibrado, ou seja, para a formação de uma cultura de não-violência na escola, e de uma forma mais geral, na sociedade.

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