terça-feira, 1 de junho de 2010


É algo dado como certo que, de forma geral, se funciona melhor em equipa e que os resultados produzidos são bem maiores quando nos deixamos entrar nesta dinâmica participativa. Num grupo de discussão, numa empresa, numa formação desportiva... Se, por ventura algum elemento se destaca na sua individualidade, dificilmente produz se não tem a colaboração da equipa que o acompanha. O seu estrelato pode fazer perder o conjunto.
Claro está que não podemos comparar nem chamar a esta realidade a equipa divina... Mas, talvez o exemplo nos ajude a compreender melhor a realidade de Deus. Na nossa forma material e palpável de pensar corremos o risco de destacar a relação mais pessoal com Deus em que tantas vezes nos confundimos, misturando o Pai com o Filho e ignorando o Espírito. Na liturgia e sacramentos e nos exercícios de piedade sempre invocamos a trindade. Mas será que não A esquecemos na realidade? Falhamos também ao reduzir os atributos de Deus porque eles são infindáveis. A Palavra nos revela um Deus que se relaciona com os homens em formas diferentes pela Sua acção como criador, redentor e continuador, animador e é nessa acção dinâmica que a força divina se desenvolve nos homens e tudo faz girar. Eles formam uma verdadeira comum+unidade que é perfeição.
Assim, temos tanto a fazer e a aprender: viver em comunidade, trabalhar em equipa, deixar o individualismo de lado, esquecer o eu para falar do nós, o sentir-nos em relação participativa com os que estão à nossa volta, aceitar a colaboração e participação de todos e oferecermo-nos com os dons e carismas que recebemos e que só são reais se postos em acção e participação para benefício de todos. A imagem (disforme e tosca) que somos da perfeição divina pode tornar-se mais real à medida que nos abrimos a este caminho.

P. Manuel Joãoin DIÁLOGO 1250 - Domingo da Santíssima Trindade

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