O segredo do cristão consiste não somente em reconhecer seu pecado, mas também em abrir-se à misericórdia de Deus, assegura Bento XVI.
Esta foi a mensagem que o Papa deixou aos peregrinos que lotavam o pátio da residência pontifícia de Castel Gandolfo, ao meio-dia de Domingo, para rezar com ele a oração mariana do Ângelus e escutar suas palavras de comentário ao Evangelho de hoje, no qual Jesus apresenta as três “parábolas da misericórdia” de Deus.
Quando “fala, nas suas parábolas, do pastor que vai atrás da ovelha perdida, da mulher que procura a dracma, do pai que sai ao encontro do filho pródigo e o abraça, não se trata apenas de palavras, mas constituem a explicação do seu próprio ser e agir”, reconheceu o Pontífice, citando um dos temas centrais do seu pontificado, o amor de Deus, exposto em sua encíclica Deus caritas est.
“De fato, o pastor que volta a encontrar é o próprio Senhor que carrega nos ombros, com a Cruz, a humanidade pecadora, para redimi-la”, afirmou, recordando que o mesmo aconteceu com o filho pródigo.
“Queridos amigos, como não abrir nosso coração à certeza de que, ainda que sejamos pecadores, somos amados por Deus?”, perguntou-se o Papa.
E respondeu: “Ele jamais se cansa de vir ao nosso encontro, de ser o primeiro em percorrer o caminho que nos separa dele”.
As palavras do Papa foram um convite à confiança, recordando a oração de Moisés no Êxodo, quem, “com uma súplica confiante e audaz, conseguiu, por assim dizer, tirar Deus do trono do juízo e colocá-lo no trono da misericórdia”.
“O arrependimento é a medida da fé e graças a isso se retorna à Verdade.”
Por isso, concluiu, desvelando o segredo do cristão, “só a fé pode transformar o egoísmo em alegria e voltar restabelecer as relações adequadas com o próximo e com Deus”.
Meditando para o 24º Domingo do tempo comum
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