segunda-feira, 6 de setembro de 2010



Prestes a começar o ano lectivo, o divino Mestre, Jesus de Nazaré, sem
nenhum centro escolar aberto, nem quadro electrónico na sala de aula,
ensina multidões, no caminho! O tal caminho, que O levará até à Cátedra
da Cruz, em Jerusalém, onde nos ensinará, ao vivo, a sabedoria do amor!

De modo simples, Jesus descreve, na tábua rasa dos seus seguidores, duas
parábolas! Como quem desenha, «preto no branco», duas imagens
sugestivas, antes da nossa partida e da nossa aventura com Ele!


A primeira imagem, cujo protagonista é um construtor, destina-se a
evitar um erro de cálculo e a prevenir o risco de passarmos a vida a fazer
torres no ar, com obras começadas e nunca acabadas!

Na segunda imagem, a do rei que se prepara a guerra,
Jesus deixa claro: o discípulo, que combate pela fé, não
pode aventurar-se a uma luta tão desigual, neste mundo, se não está
munido de forças espirituais, que ultrapassem a sua natural fraqueza! Este
precisa de “sentar a considerar se é capaz” de enfrentar as lutas e as
batalhas da fé, que tem pela frente! O discípulo deve examinar, com
realismo, o seu equipamento interior, verificar a sua bagagem espiritual,
para ver se “tem pernas” para lá chegar e vencer!

São afinal, três lições práticas, para o seguimento de Jesus e para
qualquer aventura espiritual, neste início de ano lectivo e pastoral:
constância, realismo e audácia. A audácia faz precisamente o justo
equilíbrio entre a presunção de quem se julga capaz de tudo e a timidez de
quem não é capaz de fazer nada! Muitas vezes perdemos algumas
batalhas da nossa vida, porque nem sequer nos roça de perto o desejo de
as combater! Consideramo-nos derrotados, à partida!


… às vezes, e erradamente, adaptamos e reduzimos os altos
ideais às nossas poucas forças, contentando-nos então com bem pouco,
como quem diz: “Já que sou assim tão fraco, o mínimo bem me basta”.
Ora a audácia leva-nos à atitude contrária: a de adaptar as nossas forças à
altura e à grandeza dos nossos ideais, como quem diz e se decide: «já que
desejo isto, vou rezar mais, lutar mais, batalhar mais, esforçar-me mais,
sacrificar-me mais, estudar mais, renunciar ao que for preciso, para
alcançar tal objectivo». Nesse caso, isto é, se queremos algo de belo e
grandioso para a nossa vida, podemos abeirar-nos de Deus, apesar da
nossa pobreza! E Ele afiançará os nossos projectos, dando-nos o seu
Espírito Santo, a sua sabedoria, a sua força e a sua graça, para os levar a
bom termo e fazer de nós mais do que vencedores!

Eis-nos então diante de mais um ano, na escola, na paróquia, no
trabalho, continuando e aprofundando o seguimento de Jesus! É mais
uma fase da empreitada, para quem quer edificar uma vida a sério, com
Cristo! Ou é mais uma batalha, para quem luta e deseja vencer!
Jesus pede-nos que deitemos contas à vida, mas que deixemos à porta o
medo e tudo o mais que nos pesa. Nesta construção e nesta luta de cada
dia, na Escola, na Igreja, no trabalho, em casa, Ele está a desafiar-te, com
humana e divina audácia: «Entra, tens aqui um lugar»!



Meditando para o 23º Domingo do tempo comum.

Pe. Amaro Gonçalo-ABC da catequese




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