terça-feira, 1 de outubro de 2013









Tudo o que dou recebo a dobrar... de Deus 


Já era de noite, quando chegámos. Tínhamos de encontrar uma pessoa, no meio de armazéns imensos e um trânsito caótico de camionetas, grandes e pequenas.
Ali, a hora era de trabalho.
Com a ajuda de dois telefonemas, vimo-nos frente a frente. Duas mulheres desconhecidas, que se cumprimentaram com o cuidado de quem partilha um sofrimento.
Fomos andando e conversando, numa proximidade inesperada e acabamos junto a uma banca de frutas. Frutas de todas as cores, vindas de todo o mundo. Quase me apeteceu dar uma gargalhada de alegria. Ali estavam as anonas que eu tanto procurava, para alguém que delas precisa.
Quando me preparava para pagar, fui surpreendida pela sua oferta. Disse-me baixinho, quase em segredo: ”Não se preocupe, tudo o que dou, recebo de Deus, a dobrar…”
Regressamos em silêncio.

Numa noite quente, num lugar que mais parecia o fim do mundo, esbarrámos em Ti, Jesus.
Hoje, só consigo agradecer. A surpresa, a partilha, o abraço amigo com que nos despedimos, a beleza daquela noite. Hoje, só consigo partilhar a minha confiança
na certeza da Tua presença.


Isabel Figueiredo


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