domingo, 1 de novembro de 2020

 Para meditar...





“Bem -aventurados os pobres em espírito porque deles é o reino do Céus”

 Fizemos da santidade uma coisa tão extraordinária e inalcançável que quase não ousamos falar dela. De certa forma, habituamo-nos a olhar para a experiência cristã como que acontecendo a duas velocidades: o caminho dos santos, minoritário e heroico, e a estrada poeirenta e inglória que é aquela de todos os outros. Ora, esta conceção de santidade não pode estar mais longe daquilo que a tradição cristã propõe. A santidade é a vocação mais comum e inclusiva que possamos imaginar. O pecado é a banalidade do mal. A santidade é a normalidade do bem. A santidade não é ser capaz de marcar o golo final: a santidade são as chuteiras. A santidade não é o que tu alcanças no fim, mas aquilo que te é oferecido, de graça, no início e a cada instante.

Se uma bem-aventurança exige e abre caminho a outra, está na hora de enveredares por alguma delas. Começa por ser pobre, por abrir as mãos para receber e doar. O senhor será a tua recompensa eterna.


D. José Tolentino Mendonça



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