sexta-feira, 19 de julho de 2013








Eu vi. Não posso Esquecer



Conheço o Nuno há mais de 20 anos.
Sentado na sua cadeira de rodas,
gosta de percorrer o espaço à sua volta.

Não sendo capaz de construir uma frase,
diz tudo com o seu olhar penetrante.
De expressão serena ou zangada,
de olhar triste ou sorriso franco,
o Nuno fala-nos do que lhe vai na alma.

Ali em Fátima, diante de Cristo e sob o olhar maternal de Maria,
pedem, sem desistência, a cura do seu filho.
Para muitos seria pedir o impossível,
mas estou certo de que eles estão a pedir,
com a razão e o coração, o verdadeiramente possível.

Depois da comunhão, pai, mãe e filho,
irradiavam um amor que quase se podia tocar
num abraço, longo, sereno e comovido.

Enquanto fixava o meu olhar nesta cena,
uma vez mais repetida,
agradecia, no silêncio do meu coração,
a graça de ser testemunha
de como Deus Se faz Presença e companhia
no caminho dos homens

Aquele abraço, comovido e comovente,
era abraçado num outro abraço,
ainda mais forte e mais potente,
do Deus que Se faz ternura e Misericórdia.

Eu vi. E no que vi... eras Tu, Senhor!


Rui Corrêa d'Oliveira



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