O episódio dos dez leprosos (que é exclusivo de Lucas)
insere-se perfeitamente na óptica teológica de um evangelho cujo objectivo
fundamental é apresentar Jesus como o Deus que Se fez pessoa para trazer, com
gestos concretos, a salvação/libertação a todos os homens, particularmente aos
oprimidos e marginalizados.
Os dez leprosos vieram até Ele porque reconheciam n’Ele um
mestre, um enviado de Deus. Ousam pedir o que ninguém podia dar naquela época:
a cura da lepra. Pedem um favor que ultrapassa as forças humanas. É a Deus que
se dirigem através de Jesus. Pedem a Jesus e Ele cura-os. Mas um só vem dizer
“obrigado”. Um estrangeiro, um samaritano. Talvez os outros pensassem que
tinham o direito de serem curados por serem judeus… O estrangeiro, esse,
reconhece que a sua cura é dom gratuito da bondade de Deus. Volta junto de
Jesus para “reconhecer” este dom. Entra numa relação plena com Deus. Veio com a
sua pobreza, para pedir; regressa, com a sua gratidão, para reconhecer que
Jesus respondeu ao seu pedido. O acto central, fonte e cume da vida cristã, a
Eucaristia, significa “acção de graças”. Eis o pedido supremo que podemos
dirigir a Deus: que nos dê a sua presença em Jesus ressuscitado e o nosso
“obrigado”, o mais perfeito possível que possamos dizer a Deus. Aí, estamos bem
no coração da nossa fé e do nosso amor.
Meditando para o 28º Domingo do tempo comum do ano C - Dehonianos
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