terça-feira, 20 de outubro de 2009

Encontrei este tema num blog e resolvi divulgá-lo pois penso que poderá responder à questão de muitos pais em relação à participação assídua dos meninos da catequese, bem como dos próprios pais, na Eucaristia.

Que razões existem para um cristão, mesmo em formação na Catequese, dever participar na Eucaristia de Domingo?

O Domingo é, antes de mais, “um dia especial de festa, dia do Senhor ressuscitado e do dom do Espírito, verdadeira Páscoa semanal”

1.UMA NECESSIDADE:
Desde a primeira comunidade que os cristãos se começaram a reunir no “8º dia”, para celebrarem o Senhor ressuscitado. Certamente faziam-no pela alegria de experimentarem a presença do Senhor na comunidade dos irmãos.
Porém, não o fariam regularmente se não fosse uma verdadeira necessidade de fé. De tal modo que alguns mártires diziam diante do tribunal: “nós não podemos passar sem o Domingo”.
O contrário também é verdade: nunca houve ninguém com uma fé verdadeiramente cristã que tivesse dispensado a participação na Eucaristia de Domingo como celebração da Páscoa semanal.
É ali, na celebração comunitária, que o cristão resolve os seus dilemas existenciais. É ali que recebe a divina energia para amar os seus irmãos e enfrentar os “vendavais” da caminhada.

2. UM PRECEITO:
Assim como os outros mandamentos continuam válidos, ainda que os possamos expressar de modo mais actual, também o terceiro mandamento: “Guardar Domingos e festas” continua válido.
O preceito continua actual, sobretudo como forma pedagógica de nos fazer ver a necessidade da Eucaristia Dominical.
O facto de termos um preceito (“obrigação de participar todos os domingos”) indica a importância do que está em causa. Se eu tenho obrigação moral de participar, isso funciona como uma “mola” que me impele à participação.
Porém, na fé, como no amor e amizade, tudo parte da experiência de nos sentirmos queridos por Alguém. Participar na Celebração Dominical é reconhecer que há um Coração infinito a bater por mim e o mínimo que posso fazer é mostrar gratidão e cantar a alegria inefável desse amor. E nunca conseguimos fazer festa sozinhos... Trata-se, pois, de um preceito que brota do amor...

3. UM RECONHECIMENTO:
Assim como um jogador não pode chamar-se tal se deixar de jogar e um adepto de um clube perde a sua identidade se deixar de ir ao estádio... Também o cristão não pode ser reconhecido como tal se deixar de participar no Domingo, pois aí está um dos “aspectos específicos” que o identificam.
Naturalmente que o cristão é chamado a viver uma fé completa: acreditada, celebrada, rezada e vivida. Se vivesse só uma fé celebrada, sem professar uma fé comunitária, sem a oração e sem a caridade, isso não bastaria. Porém, a experiência diz-nos que, sem a Eucaristia, o meu acreditar esmorece, o meu rezar desaparece e o meu viver empalidece...
Sem a Eucaristia dominial, eu não me reconheço como cristão e não sou reconhecido como tal pelos outros. Assim, um cristão não praticante é um praticante de não cristianismo...
Também aqui se aplica a frase do famoso escritor: “ser ou não ser, eis a questão". Na vida como na fé, não se pode querer ser e não ser ao mesmo tempo, há que decidir...

4. UM COMPROMISSO:
Naturalmente que eu posso ser sempre boa pessoa. Há muita gente sem fé ou com outros credos que consegue ter um espírito de solidariedade para com os outros. Porém, quando me cansar de ser bom, o que é que me leva ainda a amar os outros? Nada. Corro o risco de me fechar no “tsunami” de egoísmo cultural que a todos quer arrastar...
Na verdade, Jesus não inventou o amor, mesmo amor de solidariedade para com os necessitados. O que Ele fez foi centrá-lo na vida de fé, temperá-lo com o seu próprio testemunho e dimensioná-lo como ponte para o infinito... De tal modo que o limite do amor consiste em “dar a vida”!
Nada há de mais provocador, em relação à vida instalada e apressada, do que o Evangelho que recebemos como palavra sempre nova, na celebração dominical.
A Eucaristia leva-nos a ser construtores de uma nova humanidade, da “civilização do amor”, a interferir positivamente nos nossos ambientes.

5. UM ACTO CATEQUÉTICO:
A catequese não é uma acção teórica, à maneira de uma disciplina escolar baseada em novos conhecimentos.
Na catequese, dá-se um verdadeiro “aprender a ser”, um aprender a fé em todas as dimensões.
Por isso, simplesmente, não há catequese sem Eucaristia. Nesse caso, estaríamos perante um ATL religioso, uma espécie de Educação Moral, em ordem a certos valores e como condição para as “comunhões”. Naturalmente que pode ter de haver uma certa aprendizagem, sobretudo até à Primeira Comunhão! Mas depois não faz sentido separar catequese e Eucaristia dominical, participando apenas numa delas.
Quantas vezes, tranquilizamos a consciência, numa espécie de “engano colectivo”, mesmo se sabemos que estamos a viver uma contradição!
Ora, será que faz sentido toda esta situação apenas para não termos o incómodo eclesial de pedir que haja uma decisão? Uma decisão dos catequizandos e catecúmenos ou uma decisão dos pais, conforme as idades, mas sempre uma decisão? Não era uma decisão que a comunidade tomava nos primeiros séculos, no sentido de dizer se certa pessoa já poderia passar à etapa seguinte no caminho de formação cristã (catecumenato)?
Se quero ser cristão, e a catequese é para me ajudar a ser, não posso rejeitar o centro, o coração da fé que é o próprio Jesus ressuscitado presente na Eucaristia!

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