Estas sandálias, Mãe,
eu mesmo as teci de pétalas de flores
para os teus pés cansados
de buscar os pecadores...
O manto novo eu o pedi à aurora
- guarda reflexos dos primeiros raios do sol
que os teus olhos puríssimos
não se cansavam de contemplar...
(Com ele poderás envolver
os filhos que voltando chegarem,
como sempre chegam, mortos de cansaço,
de abandono e de frio).
O mais, Senhora,
são lembranças singelas, singelíssimas:
um pouco de perfume das rosas da terra,
um pouco do gorjeio (quando passares)
das aves do exílio e na concha das mãos
um pouco de água da fonte para os teus lábios
que eu sei,
Mãe Santíssima,
continuam a ter sede...
(in “Nossa Senhora no Meu Caminho”, D. Helder Câmara, Ed. Paulus, 2005)
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