quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012







Após o Carnaval, vem a Quarta-feira de Cinzas, que dá início ao tempo litúrgico de preparação para a Páscoa. A este tempo chamamos Quaresma.
O termo Quaresma faz alusão aos quarenta dias que Jesus esteve no deserto antes de iniciar a Sua vida pública. Sentindo o apelo de Deus Pai para ir anunciar a Boa Nova do Evangelho, Jesus sentiu necessidade de se preparar. Retirou-Se então para o deserto onde permaneceu quarenta dias em oração. Durante este período Jesus foi tentado várias vezes, mas também resistiu sempre.
Depois, Jesus inicia a Sua vida pública, e proclamava o Evangelho dizendo: «Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo: arrependei-vos e acreditai no Evangelho.” (Mc 1,14-15). Esta é a maravilhosa aventura que temos pela frente se quisermos viver a quaresma na perspectiva do anúncio que nos é feito por Jesus.

Como Jesus somos tentados muitas vezes, ao longo da nossa vida, e de muitas maneiras. E, como a vida é feita de escolhas, quantas vezes não fazemos as melhores opções. Este é o tempo oportuno para analisarmos a nossa vida, as escolhas que fizemos e decidirmos o que queremos para nós.
Neste tempo temos a oportunidade de reflectir na nossa vida, e de mudar o que não está bem e que gostaríamos de melhorar. Um sentimento que não nos dignifica; um vício que nos prejudica; um comportamento que gostaríamos de alterar …. Tantas coisas que podemos alterar na nossa vida e que nos faria mais felizes. Somos convidados a fazermos uma experiência de deserto, sendo o deserto o espaço interior de cada um, o espaço por excelência onde Deus e o homem se encontram.
No entanto, as ideias que temos enraizadas e que nos foram transmitidas pela tradição, levam-nos a viver este tempo fixados naquilo que ele representa de mortificação, de renúncia, de sacrifício e de dor. É viver a quaresma pela negativa, pois o caminho que nos prepara para celebrar a Páscoa não tem, necessariamente, que ser esse. Limitar a quaresma a essa realidade é empobrecer a riqueza e a graça que é, para cada um de nós, este tempo litúrgico.
A oração, o jejum e a esmola são meios que nos ajudarão a atingir os nossos objectivos mas que de nada servirão se não nos abrirem caminhos de esperança. O que habitualmente encaramos como sacrifício, devemos encarar como oportunidade para uma vida nova.

A Quaresma é essencialmente um tempo de alegria e de vida, porque torna presente Aquele que dá sentido à nossa vida, porque é um tempo de encontro com a Vida que é Deus.



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