Descrever o que se sentiu e viveu no sábado passado, honrando Maria, a mãe do Nosso Salvador pecará sempre por ser escasso face ao que realmente foi vivido. Fazê – lo sendo alguém de fora torna – se impossível porque na comunidade da Senhora da Ponte ninguém se sente de fora, mas acolhido como numa família: é como um eco, no coração, das palavras de Jesus: “Filho, eis a tua mãe” e eis os teus irmãos. Em redor dela, como pequenos filhos que caminham atrás do amor maternal que nos garante a paz, a segurança, a luz. Com a Rainha dos anjos pura tudo isto está garantido porque gerou o Príncipe da Paz, o Salvador, a Luz do Mundo.
O Filho que rogou ao Pai para que todos fossem um. É sempre uma meta duríssima a da unidade mas que nos realiza plenamente. Unidos no trabalho, na preparação, na oração, na alegria, na contemplação, no caminho: Unidos entre nós e à Mãe que na sua profunda humanidade connosco caminha. Completa – se o sentido do “Nada sem Ti, Nada sem Nós”: Nada seríamos sem aquele Sim, a aceitação que sustenta todos os nossos “sins”, que nos liberta. Nada seria feito sem o esforço de todos, sem um SIM que fez de todos escravos de um amor, num paradoxo, escravos da verdadeira liberdade, completamente acima de tudo, saboreando o Paraíso ainda neste mundo.
A emoção do adeus não significa o fim de nada, significa antes a consciência de que muito há a fazer, de que o primeiro caminho a Mãe faz connosco assim como qualquer mãe vive com o filho os seus primeiros passos, mas que no amor único em que nos guarda dá também a confiança de acreditar em nós e de, ao nosso lado, com um olhar terno e sereno acompanhar toda a restante caminhada até ao ponto de partida e de chegada, Jesus, no altar da vida: o nosso coração.
O que fizemos não foi mais do que um caminho: partimos de um “Nada sem Ti, Nada sem Nós” para chegarmos a um “Senhora da Ponte: Tudo por ti, tudo por Nós”.
Rui Jorge Teixeira
Rui Jorge Teixeira
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