“A Fé sem obras é morta” (Tg 2,17)
Por proposta do
Papa Bento XVI, começámos no passado dia 11 de Outubro de 2012 a celebrar o Ano da Fé. Para que é que ele serve?
Neste contexto de crise que nos afoga e paralisa, não devíamos, antes, pensar
em questões mais concretas, em formas práticas de sairmos deste ciclo de
estagnação e de sofrimento?
Muitos dos
nossos contemporâneos vêem na Fé algo
de abstracto, frequentemente desligado das questões mais fundamentais do nosso
dia-a-dia… A Fé é entendida, muitas
vezes, como a simples crença na existência ou na veracidade de certo facto, ou
a adesão aos dogmas de uma doutrina religiosa. A Fé será isso?
Não, a Fé não é a pura adesão a ideias
abstractas, ou a simples aceitação de um conjunto de fórmulas que a catequese
nos transmite… A Fé é aderirmos a
alguém… A alguém que é maior do que nós e em quem nós pomos a nossa confiança e
esperança… É nós sentirmos e dizermos: “eu sou frágil e pequeno, muitas vezes,
diante de coisas que me ultrapassam, não sei que fazer. Então, confio em alguém
maior do que eu, que me mostra os caminhos certos, que me ensina a ser feliz,
que me salva quando eu estou num beco sem saída”. A esse alguém, chamamos
“Deus”. Temos Fé quando confiamos a
Deus a nossa vida, quando decidimos ouvir o que Deus nos diz, quando aceitamos
as escolhas que Ele nos sugere, quando decidimos viver como Ele nos propõe.
É verdade que
Deus se preocupa em indicar-nos caminhos de vida e de felicidade? Sim, é
verdade. Aliás, essa preocupação de Deus tornou-se bem evidente quando Ele
enviou ao nosso encontro o seu Filho. Foi há mais ou menos dois mil anos que o
Filho de Deus – a quem os homens chamaram Jesus de Nazaré – apareceu no meio de
nós. Ele caminhou no meio dos homens, fez amigos, inquietou-se com a sorte dos
pequenos e dos pobres, ensinou-nos a construir um mundo novo (a que Ele chamava
“o Reino de Deus”). E aqueles que o acompanharam pelos caminhos da Palestina,
depois de o terem escutado e de terem visto o que Ele fazia, concluíram: “Tu és
o Deus que veio ao nosso encontro para nos mostrar, cara a cara, como é que nós
devemos viver”.
(continua)
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