"Não separe o homem o que Deus uniu"
O Evangelho deste domingo apresenta-nos o projecto ideal de
Deus para o homem e para a mulher que se amam: eles são convidados a viverem em
comunhão total um com o outro, dando-se um ao outro, partilhando a vida um com
o outro, unidos por um amor que é mais forte do que qualquer outro vínculo. O
fracasso dessa relação não está previsto nesse projecto ideal de Deus. O amor
de um homem e de uma mulher que se comprometem diante de Deus e da sociedade
deve ser um amor eterno e indestrutível, que é reflexo desse amor que Deus tem
pelos homens. Este projecto de Deus não é uma realidade inatingível e
impossível: há muitos casais que, dia a dia, no meio das dificuldades, lutam
pelo seu amor e dão testemunho de um amor eterno e que nada consegue abalar.
Apesar de tudo, a vida dos homens e das mulheres é marcada
pela debilidade própria da condição humana. Nem sempre as pessoas, apesar do
seu esforço e da sua boa vontade, conseguem ser fiéis aos ideais que Deus
propõe. A vida de todos nós está cheia de fracassos, de infidelidades, de
falhas. Nessas circunstâncias, a comunidade cristã deve usar de muita compreensão
para aqueles que falharam (muitas vezes sem culpa) na vivência do seu projecto
de amor. Em nenhuma circunstância as pessoas divorciadas devem ser
marginalizadas ou afastadas da vida da comunidade cristã. A comunidade deve, em
todos os instantes, acolher, integrar, compreender, ajudar aqueles a quem as
circunstâncias da vida impediram de viver o tal projecto ideal de Deus. Não se
trata de renunciar ao “ideal” que Deus propõe; trata-se de testemunhar a
bondade e a misericórdia de Deus para com todos aqueles a quem a partilha de um
projecto comum fez sofrer e que, por diversas razões, não puderam realizar esse
ideal que um dia, diante de Deus e da comunidade, se comprometeram a viver.
Meditando para o 27º Domingo do tempo comum do ano B - Dehoniananos
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